Lenda da estrela do céu
Um Menõrõnu (adolescente) estava deitado do lado de fora de sua casa. Observando determinada estrela e pensando: - Se fosse uma mulher me casava com ela. E adormeceu. A estrela desceu... relacionou-se com o Menõrõnu. De manhã ela voltou para o céu. Na noite seguinte ela retornou para o rapaz. De manhã ela não foi embora. Ele deu comida à Estrela e a colocou numa cesta grande para que ninguém a visse e a levou numa caçada coletiva com a família. No meio do caminho pediu que a irmã carrega-se a cesta. A irmã achou pesado, e quis olhar o que tinha dentro... E viu a estrela. Nisso chega sua mãe e diz : "meu filho se você gosta da estrela, casa com ela."- Daí então a prepararam para a cerimônia. No dia do casamento ela foi ao céu buscar um presente de seu pai para o povo XICRIM. Trouxe três cestos com batata, abóbora, inhame, cara e banana. Ensinou como preparar, comer e replantar.

Lenda da conquista da mulher (Origem do cauim)
Baíra estava pescando, sendo observado por uma mulher. Então ele se aproximou e......convidou-a para passear. ERE DIO! Em sua casa ele disse que tinha sede. Então a Cunhã (mulher) pediu milho e mel. Mascou o milho e o colocou torrado no mel. Por três dias ficou fermentando, depois... deu a Baíra que gostou muito.
Lenda da origem da noite
Baíra pediu a noite para a coruja. Esta lhe pediu que trouxesse numa cabaça... ... milho de pipoca e mel. A coruja tapou a cabaça, cantou uma música e... IPETON OHUPÁ. ARI OROKIA. IPETON OHUPÁ. ARI OROKIA. ... a jogou no chão. Daí surgiu a noite.
Lenda dos insetos
Baíra estava deitado perto da fogueira. Esta apagou-se, então, ele se aproximou para reavivá-la. E abanou...da fuligem nasceram os carapanãs, piuns, mosquitos, formigas, etc.
Lenda do Sol
O Sol era um moço Tucuna forte e bonito. Sua tia preparava Urucu para pintar os Tucunas nos dias de festa de Moça-Nova. O Sol era que partia lenha para ferver Urucu. A velha sempre pedia mais lenha ao Sol. Ele só trazia Muirapiranga. Ela gostava somente desta lenha. Um dia o Sol trouxe muita lenha, muita, e pediu todo o Urucu que estava fervendo. A velha pensando que ele morreria disse: - Bebe , bebe logo. O Sol bebeu todo o Urucu, foi ficando com a cara vermelha como o Urucu. Depois subiu para o céu e se meteu entre as nuvens.
Lenda da Lua
A Lua era irmã do Sol, uma índia Tucuna. Um dia o Sol plantou dois pés de coçá, para pintar os dentes de Moça-Nova com o sumo das folhas. Um dia a Lua achou os dois pés de coçá. Ela pintou os dentes que ficaram de um preto bonito. Um dia a Lua teve vontade de deitar-se com o Sol. Então toda noite passou a deitar-se com ele. Quando ela apareceu prenha o irmão pensou: -"Aqui não mora mais ninguém, só nós dois - minha irmã é que se deita comigo." Nessa noite esperou a moça com a cuia cheia de sumo de jenipapo e a pôs embaixo da rede. Quando a irmã deitou-se ao seu lado, devagarinho o Sol foi passando o sumo do jenipapo em seu rosto. De manhã a Lua viu na água o rosto marcado pelo jenipapo. Seu irmão iria saber que ela deitara-se com ele. Então ela fugiu para o céu. Às vezes é Moça-Nova. Às vezes está prenha.
Lenda da origem
Há muito tempo Sinaá e sua tribo não conheciam comida a não ser farinha feita de casca de pau e cobra sucuri. Cobras muito grandes viviam embaixo da terra. Sinaá manda cavar até achar a cobra. Uma vez desenterraram uma dessas cobras e sentaram em cima dela para descansar, quando quiseram levantar, não puderam, estavam grudados. A sucuri com o pessoal em cima, presos, saiu arrastando-se e entrou no rio. Lá no fundo da água engoliu a todos. Os que ficaram de fora estranharam-se, porque tornara-se brava, sempre foi mansa. Todos os dias os Jurunas iam ver se a sucuri já havia voltado para o seu lugar no pé da serra. Passando algum tempo, ela saiu da água e voltou para sua morada, no seco. O pessoal então resolveu queimá-la. Fizeram uma grande roça com ela no meio.
Quando a roça secou bem, Sinaá mandou tocar fogo. A sucuri ficou no meio da derrubada, pulando...pulando até acabar de vez. O pessoal de Sinaá, sem seu alimento que era a sucuri, só comia jabuti e farinha de casca de pau. Da sucuri que foi queimada começaram a nascer todas as espécies de plantas: mandioca, batata, cará, milho, abóbora, pimenta, tudo estava nascendo das cinzas da sucuri. Ficaram admirados de ver tudo que brotou da cobra queimada. Olhavam mas não conheciam nada. Não sabiam para que serviam aquelas plantas. Às vezes, os que iam ver a roça comiam milho cru, ou provavam pimenta. Sinaá foi ver.
Um passarinho apareceu e perguntou: " - O que você está olhando? - Tudo isso é comida, bom para comer." O passarinho começou a mostrar as plantas. " - Esta é milho - é bom assado. Esta é mandioca - serve para farinha, mingau e bebida. Esta é pimenta - boa com peixe. Esta é batata - assada ou cozida é boa. Cana é para ser chupada." Tinha gente assando cana. O passarinho falou das outras plantas: " - Esta é banana, quando estiver ficando amarela, o pendão secar, está boa. Corta o pé para nascer outro novo. - Esta é cará , pode comer cozido, assado ou fazer bebida.
O passarinho depois de ensinar sobre as plantas que nasceram da sucuri, disse que era preciso fazer novas roças no fim da chuva. Ensinou também como plantar de novo tudo aquilo que havia nascido. Tudo ele ensinou a Sinaá e a tribo. Os Jurunas até hoje não enxotam este pássaro vai comer alguma coisa em suas roças, porque foi ele que ensinou a plantar e acolher.

"NHOKBOKTI - A ESTRELA DO CÉU"
A CONQUISTA DA MULHER (CAUAIUA PARINTINTIN)
LENDA DOS INSETOS (CAUAIUA PARINTINTIN)
LENDA DA NOITE(CAIUAIUA PARINTINTIN)
LENDA DO SOL (TUCUNAS)
LENDA DA LUA (TUCUNAS)
LENDA ORIGEM DA ALIMENTAÇÃO(JURUNA)

ÍNDIOS KADIWÊU HABITANTES DO SUL DO PANTANAL MATO-GROSSENSE ENTRE A SERRA DA BODE QUENA E OS RIOS AQUIDABÃ-NEUTAKA-NABILEQUE E PARAGUAI.

ÍNDIOS MBAIA AINDA RESTAM ALGUNS POUCOS EM LALIMA NO RIO MIRANDA- 60KM, AO SUL DA CIDADE COM O MESMO NOME. ÍNDIOS JURUNA PARQUE NACIONAL XINGU,MARGENS DO RIO XINGU.

ÍNDIOS CAUAIUA PARINTINTIN HABITANTES DO VALE DO RIO MADEIRA, ÁREA CULTURAL TAPAJÓS-MADEIRA, ENTRE O RIO MACHADO E O RIO MARMELO, MARGEM DIREITA DO MADEIRA.

ÍNDIOS TUCUNA HABITAM AS MARGENS DO RIO SOLIMÕES, FRONTEIRA COM A COLÔMBIA, NORTE DO AMAZONAS.